sexta-feira, 21 de maio de 2010

28- Richard Wagner -8






13- Parsifal

Parsifal
13ª ópera (68 anos)
Libreto:
Richard Wagner
Estreia:
(Bayreuth) 26 de Julho de 1882

Parsifal é uma ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner. Estreou no Bayreuth Festspielhaus em Bayreuth no mês de julho de 1882.

Personagens
Amfortas
Kundry
Gurnemanz, o velho Cavaleiro
Parsifal
Titurel
Klingsor




É possível que Richard Wagner (1883-1813) tenha descoberto o mito de Parsifal através do autor Wolfram von Eschenbach, que foi um dos seus poetas favoritos. Ele preparou então um rascunho de libreto e enviou-o a seu grande amigo, o rei Ludwig II, da Baviera. Este ficou fascinado e escreveu de volta: "Oh Parsifal, quando você irá nascer?".

O rei da Baviera precisou esperar 25 anos até que Wagner concluísse a ópera. Durante esse longo período, o compositor conseguiu produzir uma obra que integra mitos cristãos, filosofia ocidental e doutrinas de reencarnação budista. E seu leitmotiv favorito: a redenção através do amor.




Wagner quando criou esta ópera, atravessava um período de profunda evolução espiritual, e foi também a última ópera que o compositor dirigiu, quando da sua estreia em Bayreuth no dia 26 de Julho de 1882. No dia 13 de fevereiro de 1883 Wagner morria em Veneza.

Entretanto para escrever o texto daquela que seria a sua última ópera, à qual designou representação teatral sacro-festiva, Wagner recorreu a três diferentes fontes que narram a mesma Lenda: "Pecival, o Galês, ou O Conde do Graal" de Chrétien de Troyes, "Parsifal" de Wolfram von Eschenbach, e um manuscrito apócrifo do século XIV denominado "Mabinogion".




Para melho entender a lenda do Graal, é preciso saber que ela nos conta que antes de ser crucificado, Cristo se reuniu com seus discípulos para a Última Ceia. O Graal, o copo de esmeraldas de que ele bebeu o vinho, foi o mesmo que recolheu suas últimas gotas de sangue. Ao ser crucificado, Cristo foi ferido no flanco pela lança de um centurião. Nesse momento, uma mulher riu. O centurião e a mulher foram amaldiçoados por Deus. Com os nomes Klingsor e Kundry, eles percorreram os séculos em diferentes reencarnações, da mesma forma que a lança e o Graal, as mais sagradas relíquias do cristianismo.

Os dois objetos encontravam-se sob a guarda da misteriosa cavalaria do rei Amfortas. Klingsor roubou a lança e com ela feriu o rei, provocando uma chaga que não cicatrizava.
Somente alguém despojado de toda maldade, um "tolo puro", poderia salvar Amfortas. O jovem Parsifal havia crescido longe do contato com a civilização, era inocente, livre de culpas e de maldade. Mas ainda não estava apto a salvar o rei: antes, precisava conhecer todas as facetas da alma humana e aprender a viver. Só após adquirir a maturidade, ele pôde salvar Amfortas e tornar-se seu sucessor como rei do Santo Graal.




Esta Lenda conta uma história complexa e uma mistura de elementos filosóficos, éticos e religiosos. Um drama místico que fala do “inocente herói de coração puro”. E que o Santo Graal foi confiado à guarda de Titurel e do seu grupo de Cavaleiros Cristãos. Para o defender, contam com a Lança Sagrada, aquela lança com que o Soldado Romano feriu Cristo na Cruz. Para melhor preservar essas relíquias, Titurel ergueu o Castelo de Montsalvat numa montanha selvagem da Espanha Árabe que se ergue como um baluarte cristão contra o mundo pagão, e especialmente contra Klingsor, um Feiticeiro e inimigo do Bem.




Klingsor mora numa fortaleza próxima de Montsalvat, à qual tem atraído numerosos defensores do Graal através dos encantos das Donzelas das Flores e da perigosa e sedutora Kundry, reduzindo esses Cavaleiros a seus servos, inimigos dos antigos irmãos de armas. Nem mesmo Amfortas, filho e herdeiro de Titurel, conseguiu escapar à magia de Klingsor: ao querer marcar o início do seu reinado com a destruição dos poderes do Feiticeiro, acabou por ceder aos encantos de Kundry, e deixou cair a sua Lança. E é com essa Lança Sagrada que Klingsor o fere - uma ferida que só poderá ser curada com a própria Lança que a provocou.




Ao verem o Rei mortalmente ferido, os Cavaleiros sentem-se perdidos. É então que se ouve uma voz vinda do Santuário do Graal - voz que revela a Amfortas que apenas um jovem inocente e ignorante do pecado será capaz de resgatar a Lança. Apenas ele saberá resistir às tentações do Jardim Mágico.A realização dessa profecia é o tema central da ópera.
Parsifal é esse herói, um jovem inocente e ignorante do pecado. Quanto a Kundry é uma espécie de Assueros feminina, uma Judia errante.

No manuscrito do século XIV, ela não é outra senão Herodías, condenada a vaguear eternamente por ter rido da cabeça de João Baptista. Para Wagner, no entanto, ela foi condenada por ter rido de Cristo ao vê-lo passar com a Cruz a caminho do Calvário. Agora, em busca de perdão, ela serve de mensageira aos Cavaleiros do Graal, mas sucumbe periodicamente à maldição que carrega, refugiando-se no jardim de Klingsor, onde se transforma numa mulher duma beleza deslumbrante, perdição dos Cavaleiros que a encontram. Kundry só será libertada quando um deles resistir à tentação. Tal como Amfortas, que se esvai em sangue, também o destino de Kundry está ligado ao aparecimento de Parsifal.




Comentário:
A ópera foi aclamada como uma apologia ao cristianismo e vilipendiada por ter sido útil ao nacional-socialismo de Hitler. Alguns escritores como Robert Gutmann e Hartmut Zelinsky interpretaram-na como uma obra racista. Não é correta esta teoria, já que, a partir de 1939, o III Reich a baniu do repertório de Bayreuth.

Quando de sua estréia no ano de 1882, as 16 apresentações foram regidas por Hermann Levi, filho de um importante rabino da cidade de Karlsruhe, que, apesar da insistência de Wagner para que se convertesse ao cristianismo antes do começo dos Festivais, permaneceu fiel ao judaísmo.
Por coincidência, a regência do “Parsifal” no ano de seu centenário foi entregue por Wofgang Wagner, neto do compositor, ao maestro judeu James Levine.




O famoso crítico Ernest Newman considera essa obra “a suprema canção de amor e piedade”. Debussy, que sempre foi um grande crítico da música de Wagner, declarou: “Esse é o mais lindo monumento erigido para a eterna glória da música”.
Mahler anotou em seu diário: “Quando saí do Teatro dos Festivais, incapaz de dizer uma só palavra, eu sabia que havia experimentado a suprema grandeza e o supremo sofrimento”.
A cantora Nellie Melba, escreveu em seu livro “Melodies and Memories”: “Eu não posso explicar o que aconteceu comigo durante o 1º ato. O teatro deixou de existir, eu deixei de existir e apenas meu espírito, fora de meu corpo, flutuava no reino da música pura. Para que estranha esfera aquela música me transportou? Suponho que eu nunca saberei”.




Uma das curiosidades que envolvem “Parsifal”, diz respeito aos aplausos: por ocasião da estréia, Wagner estabeleceu que ao final do 1º e 2º atos, o público deveria se abster de aplaudir, a fim de que fosse mantido o clima provocado pela música. O reconhecimento aos cantores e músicos seria reservado para o final do 3º ato.

Com a morte de Wagner, sua família e seus admiradores quiseram ser mais exigentes que o falecido e ficou decidido que a ópera não seria aplaudida nem em seu encerramento. Esta tradição foi mantida até 1965, e atualmente existe o compromisso tácito da platéia de não aplaudir somente o final do 1º ato.



Entretanto, Parsifal deveria ser reservada exclusivamente ao teatro em Bayreuth pela vontade de Wagner. Mas a lei é mais forte do que a vontade do homem, porque ela só é válida por um período de tempo. Uma vez que a proteção garantida pela lei, então, coberto os 30 anos, Parsifal foi "liberada" em 1913, 30 anos após a morte de Wagner.

Em seguida, começou uma corrida aos cinemas para a primeira apresentação de Parsifal fora Bayreuth. O Metropolitan Opera House de Nova York foi para todas as grandes instituições e sugeriu universalmente a renúncia da representação do trabalho, assim como Wagner pretendia a exclusividade de Bayreuth. O que não deu grande resultado. Mas o interesse do público foi tão grande que os teatros não quis ouvi-lo.




Parsifal se tornou um sucesso de público, por exemplo, no teatro de Zurique, que foi um dos primeiros que representou a ópera, entre 1913 e 1914 e ofereceu trinta e quatro apresentações. Nestas celebrações o costume sagrado sugerido ou requerido pelo autor para dispensar o aplauso, foi adotado.

Para além da ópera, Wagner instigou a busca por novos caminhos na música como um todo. Ele explorou tanto a música tonal, usou tanto os recursos de modulação, que inspirou os músicos posteriores a ele a buscar novos caminhos. Uma das consequências disso foi o surgimento da Escola de Viena, com a música dodecafônica.



Enredo:

O eneredo da ópera se passa nas legendárias colinas do Monte Salvat, na Espanha, onde vive uma fraternidade de cavaleiros do Santo Graal. O mago negro Klingsor teria construído um jardim mágico povoado com mulheres que, com seus perfumes e trejeitos, seduziriam os cavaleiros e faria com que eles quebrassem seus votos de castidade, e teria ferido Amfortas, rei do Graal, com a lança que perfurou o flanco de Cristo, e todas as vezes em que Amfortas olha em direção ao Graal sente a ferida arder. Tal redenção só poderia ser realizada por um "inocente casto" (significado da palavra "Parsifal"). Este, em sua primeira aparição na ópera, surge ferindo um dos cisnes que purificavam a água do banho de Amfortas, e a todas as perguntas que os cavaleiros lhe fazem responde dizendo que não sabe de nada, nem ao mesmo seu nome.




Parsifal atravessa o jardim mágico de Klingsor e é seduzido pela amazona Kundry, que ora é uma fiel serva do Graal, ora é escrava de Klingsor. Ao beijá-la, sente os estigmas das feridas que afligiam Amfortas e, quando Klingsor atira a lança contra ele, a lança dá a volta em seu corpo, e todo o castelo mágico é destruído. Tempos depois, tendo os cavaleiros se convencido de que ele é o "inocente casto" que faria a salvação, Parsifal cura as feridas de Amfortas e o destrona, assumindo a nova condição de rei do Graal.

Ambiente da ação: nos domínios e no castelo do Graal, “Montsalvat”; paisagem típica das montanhas do norte da Espanha gótica. Floresta fechada e de ar austero, mas não lúgubre. Uma clareira no centro. À esquerda, o caminho que leva ao castelo do Graal. No centro, a superfície inclina-se a um lago situado à distância. O dia está raiando. Gurnemanz, vigoroso ancião, e dois jovens escudeiros dormem ao pé de uma árvore. À esquerda, como a ecoar do Castelo, ouve-se, das trompas, a solene chamada matinal.



Discografia:
http://www.monsalvat.no/discogra.htm




SINOPSE:

I Ato

Gurnemanz, o mais velho cavaleiro da irmandade, ensina aos jovens escudeiros o serviço dos cavaleiros do Graal. Kundry, como bruxa selvagem, aparece trazendo um bálsamo para Amfortas, que ela conseguiu na Arábia. Durante o caminho para banhar-se em um lago na floresta, o rei Amfortas aparece carregado em uma cadeira de arruar, acompanhado por alguns cavaleiros. No banho, ele procura aliviaras dores da chaga.

Gurnemanz e Amfortas contam a origem do Santo Graal e as circunstâncias do roubo trágico, por Klingsor, aos escudeiros e cavaleiros, que se admiram.




Após o retorno de Amfortas para o castelo, um cisne branco cai do céu. Os cavaleiros e escudeiros ficam escandalizados: "Quem cometeu um crime deste na floresta do Graal, onde todos os animais são considerados santos?" Logo os cavaleiros encontram o delinqüente, o jovem que atirou a flecha improvisada no cisne branco.

Durante o interrogatório do jovem atirador, Gurnemanz percebe que Parsifal nem sabe seu próprio nome, nem sua origem, nem tem noção da culpa por ter atirado no cisne na floresta santa. Gurnemanz tem a primeira noção de que este jovem poderia ser o anunciado tolo inocente. Desse modo, convida o jovem Parsifal para acompanhá-lo até o castelo do Graal, onde serão, naquele dia, celebradas as cerimônias da revelação do Graal.




Mudança do cenário: Da floresta do Graal se passa para o interior do templo do Graal

Em um cortejo solene, os cavaleiros entram, acompanhados pêlos anjos, no templo do Graal. Parsifal, acompanhado por Gurnemanz, entra no templo e testemunha uma cerimônia grandiosa. Ele não demonstra reação alguma, permanecendo mudo e quieto em um canto. Amfortas entra, trazido em seu trono de arruar, pêlos cavaleiros. Titurel, o pai de Amfortas e antigo rei que ainda vive na cova, pela força do Santo Graal, pede ao filho para iniciar a celebração. Mas Amfortas, fraco e cansado, sofrendo pela chaga, recusa celebrara cerimônia.




Os cavaleiros não se importam com isso e insistem, novamente, no início da celebração. Isolado e sofrendo as maiores dores, Amfortas finalmente cumpre sua função como rei do Graal, que coros de anjos acompanham solenemente.

Parsifal permanece impassível em um canto, até o fim da cerimônia. Certamente Parsifal não pode ser a pessoa anunciada: mesmo um tolo completo, ele não demonstrou um único sinal de compaixão. Decepcionado, Gurnemanz expulsa Parsifal do templo do Graal.




II Ato
No Jardim Encantado

O que Gurnemanz ainda não descobriu é que Parsifal pode ser, de fato, o anunciado tolo inocente, o que o feiticeiro Klingsor já percebeu. Para acabar com Parsifal, Klingsor prepara as mais fortes armadilhas contra ele: mulheres sedutoras e a bruxa Kundry, incorporando a linda mulher, para fazê-lo também cair em tentação.

Parsifal, que depois de expulso do Castelo do Graal já andou o mundo todo e aprendeu bastante, chega ao jardim encantado de Klingsor. Muitas mulheres, de beleza excepcional, tentam seduzi-lo, mas ele, inexperiente, pensa que são lindas flores.



Kundry, a mais bela de todas, aparece e pede que as outras se retirem. Ela lança, agora, sua mais forte arma: ela chama Parsifal pelo seu nome, pois havia dois dias que ele não ouvia sua mãe o chamar e tinha-o esquecido. Parsifal lembra-se de seu nome e da própria mãe que o chamava, sempre, pelo nome. Recordações e muitas emoções inundam sua mente.

Assim, Parsifal começa a compreender a vida, e tem início um processo de maturação. Kundry não consegue seduzir Parsifal, mas um único beijo que ela soltou foi suficiente para ele acordar: Parsifal começa a ter noção do que era o amor de sua mãe, do sofrimento e das dores que ele deu a ela através da fuga sem motivo.




Parsifal agora entende as dores e os sofrimentos de Amfortas, como Rei do Graal de um lado, e pecador de outro. Entende, também, Kundry, que está querendo seduzi-lo, porém procura a libertação da possessão do demônio. Compreende a paixão do Salvador para a salvação de todos os homens.

Depois dessa transformação de Parsifal, Klingsor não consegue nada contra ele. A Lança Santa que Klingsor joga, com toda raiva, contra Parsifal, pára milagrosamente em pleno vôo, acima da cabeça deste. Assim ele pega a Lança Santa e, com ela, faz o sinal da cruz. Imediatamente Klingsor e o jardim desaparecem e Parsifal vê-se no meio dum deserto terrível.





III Ato
Na floresta perto do castelo do Graal

Por muito tempo a irmandade do Santo Graal vive sem a força sagrada, porque Amfortas foi fraco demais para cumprir a função da celebração do Graal. A irmandade está muito triste e Titurel morreu definitivamente.

Naquela Sexta-feira Santa, a irmandade irá se reunir pela última vez para celebrar o funeral de Titurel.




Gurnemanz vive perto do Castelo do Graal, como eremita. Nesta Sexta-feira-Santa, pela manhã bem cedo, Gurnemanz encontra Kundry, perto da casa dele, no meio da mata. Mas desta vez Kundry parece bem diferente, não há mais a mulher selvagem e bruxa como antes: ela mudou. Está vestida como uma penitente. Gurnemanz interpreta essa mudança como um bom sinal. Logo após, aparece mais alguém, um cavalheiro estranho, com um capacete fechado e armado, com uma lança.

Quando o cavalheiro abre finalmente o capacete, Gurnemanz reconhece o que Kundry sentira antes: o estranho cavaleiro é Parsifal. E logo depois ele reconhece, também, a Lança Santa que Klingsor roubou e que Parsifal traz de volta. Assim, Gurnemanz descobre que Parsifal é, realmente, o anunciado redentor que trará a salvação para Amfortas.




Como o cavaleiro mais nobre da irmandade do Santo Graal, Gurnemanz consagra Parsifal, com óleo, como novo rei do Graal. Como primeira tarefa, ele batiza a convertida Kundry, que lava os pés dele, seguindo o exemplo de Maria Madalena.

Gurnemanz acompanha, novamente, Parsifal, agora como o novo rei, para a cerimônia no castelo, onde as últimas celebrações do Santo Graal, em homenagem a Titurel, falecido, irão acontecer.

Amfortas, sofrendo muito, não quer saber da celebração do Graal, desejando apenas a morte. Recusa-se, veementemente, realizar a cerimônia, desejando ver-se livre do seu sofrimento.




Naquele momento, quando a irmandade estava prestes a forçar Amfortas a cumprir sua função, Parsifal aparece com a Lança Santa. Ele toca com a lança a chaga de Amfortas e imediatamente a chaga se cicatriza. A anunciada salvação para Amfortas chegou.

Como novo rei do Santo Graal, Parsifal preside a Santa Cerimônia, elevando o Santo Graal, abençoando toda a irmandade, anunciando que nunca mais deverá ser coberto o Santo Graal, e que todos tenham acesso a sua força. Coros de anjos cantam o apoteótico final: "Salvação para o Redentor".




Leitura recomendada:
http://www.luiz.delucca.nom.br/wep/wagneremportugues_pf.html

http://www.luiz.delucca.nom.br/wep/wagneremportugues.html

http://www.fraternidaderosacruz.org/mdgo.htm#_Toc522752035














E assim encerramos as óperas de Wagner.

Levic

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